quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Divagações











Ouço os passos turvos da escuridão, protejo os olhos da falta de luz… O mundo volta a rodar no mesmo sentido, mas eu já não sou!...

Palavras sábias em bocas impuras obrigam-me a reconhecer… Que nunca nada está certo…

Abraço a solidão na beira do abismo… Neste lugar inóspito foi ela que escolhi como companheira!... Foi sempre ela que me acompanhou em momentos difíceis…

Lavo as mãos no silêncio das palavras rasgadas num pedaço de papel, onde os pingos de tinta caem como lágrimas, onde se gravam as certezas e as dúvidas…

Rezo baixinho na esperança que alguém me ouça e suplico por um segundo de luz, só para saber que ela existe… que ela não morreu!

Visto a penumbra da noite e aclaro a voz para não mais gritar, porque a corrente de palavras não ditas abandonou o rio do meu leito e percorreu com a tempestade o caminho traçado pela caneta do destino, mas eu fiquei! Eu que sempre corri, parei e nem me apercebi!

Hoje procuro as lágrimas que o meu coração reteve, mas secaram…

Hoje o mundo em que a neve cai, é negro, porque apenas vejo pedaços de carvão, caem em minha pele, riscando-me da vida…

Nada é como sonhei, nada no mundo se manteve igual e nada ficou diferente… Apenas o vazio permanece em frente a mim, colado à minha alma como lapa, palpável, frio, cruel!!

Hoje não sou nada nem tenho paz porque não estou em guerra! Não me alcanço porque não paro de me fugir!

Não sinto como o mais comum dos mortais! Hoje fui ninguém porque alguém me vê!

O desespero bate-me à porta pintado de azul e a revolta dá voltas para me obrigar a gritar, mas também já perdi a voz.

Fui um dia uma alma!

1 comentário:

Anónimo disse...

Depart now on your bright wings
The world envy
The skies have always seduced you
Precious Queen
and you know your time has come
To fly away with Me, so far...