segunda-feira, 31 de agosto de 2009

12 de Maio de 2002

Jazem-me aos pés
As luzes desmaiadas
Aquelas que brilhavam outrora
E agora se escondem, se apagam
Me envolvem em intensa escuridão
Sangram na noite
Cantando suavemente
A dor e a angústia que as envolve
Dizem-me adeus tristemente
A partem lentamente
Cada vez mais desvanecidas
Elas eram duras, as luzes
Mas sentem-se enfraquecidas
E enfrentam a solidão
Com uma expressão serena no olhar
Tentando não chorar
Largando-me suavemente
Afastando-se severamente
E nunca mais vão voltar!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Olho à minha volta e já não me revejo nas minhas palavras, momentos vazios... Páro, escuto e olho mas não consigo encontrar... eu não procuro respostas porque sei que nunca as terei, procuro uma saida de mim... não quero regressar ao meu tumulo, não quero enterrar sonhos que sonhei... estou sempre acordada... nao quero deixar de ser a menina que tem ilusões e que consegue sempre passar por cima das desilusões e dar mais um passo em frente, mesmo sem saber para onde vai... Grito de revolta e raiva comigo mesma porque pensei que não voltaria a morrer e não sei se fui eu que me matei ou o mundo, não sei se ainda há esperança de eu voltar a respirar ou se é apenas a minha alma que ainda vagueia por cima do meu corpo e tem medo de partir...

Quero gritar, quebrar as correntes que me prendem, o gelo que se acumula em meu coração e não me deixa sentir, nem que seja dor! Não quero ser assim... fria, insensível... não quero ser este não eu que voltou e não quer partir... Não quero mas não consigo...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Não sei

Acordada... procuro nas minhas noites de insónia respostas que se perderam. Acordo da minha noite acordada e não vejo os raios de sol porque me perdi. Não sei, é a resposta para todas as perguntas que me fazem sobre mim... Não sei! E detesto não saber... sobressalto-me com o silencio das palavras que o vento não grita e procuro noutros olhares a sabedoria que não existe em mim, e continuo sem saber...
As lágrimas secam mais uma vez, o leito do meu rio torna a secar,e eu caio em vazio desmedido porque não sei... não me sei libertar das amarras que me prendem a tamanha escuridão, não sei procurar mais... não acredito mas sou incapaz de negar... e mantenho-me assim, num estado de esterna incerteza... espectativa oscilante...
Percorro as paredes que me tentam embalar, procurando a minha sombra que não existe mais porque a alma volta a cair...
Porquê?