terça-feira, 21 de julho de 2009

A verdadeira amizade

Hoje vi o sol nascer... Não por opção... quer dizer, a partir de determinada altura passou a ser por opção porque já nao valia a pena tentar dormir... e tu estiveste comigo... mandei-te aquela sms, não demorou um segundo para me ligares... nao pensei que fosses acordar, dormi muitas noites no mesmo quarto contigo para perceber que ás vezes eu acordava com o teu telemóvel... tu não! Hoje vi o sol nascer mas não o vi sozinha, fumaste um cigarro comigo, embora à distancia... estiveste lá! Quantas pessoas podem dizer que tem amigos assim? Que gastam o saldo todo do telefone, ou quase todo, só para não deixarem os amigos sós? Quantas pessoas podem dizer que mandaram uma mensagem a um amigo, simplesmente porque precisavam de falar, as 5:45 da manhã, e que esse amigo lhes ligou de volta, e que esteve uma hora e meia ao telefone, apenas para garantir que eu ficasse bem... quantas pessoas? E eu maldigo a minha sorte? Quão ingrata posso ser? Mas depois há o reverso da medalha, há todo um mundo inteiro que se vira contra nós, e não entendemos porquê! Há todo um mundo inteiro que nos odeia simplesmente porque existimos, e isso não faz sentido na minha cabeça... passo a vida a querer abrir os olhos aos outros, passo a vida a querer mostrar aos outros que a realidade da vida, é bem mais cruel do que alguma vez que alguma vez pudemos supor em crianças, acho que uma parte de mim ainda o é, porque uma parte de mim quer acreditar... mas a verdade é que raramente os conselhos que damos aos outros servem a nós mesmos... será da natureza humana, ou sou apenas eu?
Ligaste-me de madrugada... primeiro confusa... depois... bem... depois enraivecida... mas tu és assim... consegues ser tão bruta a dizer as coisas, não te levo a mal, sei que nunca me julgarias, mas percebo a tua revolta... estaria igual numa troca de lugares... és uma amiga verdadeira...
Nunca pensei voltar a contar uma história desta maneira, não tão distante de mim própria... é aquela sensação... mas qual sensação? não há sensação alguma, pura e simplesmente falei de mim como se estivesse a falar de outra pessoa qualquer... Conseguiste fazer-me rir...
No meio de tudo continuo a ter a confirmação que tenho um dos bens mais preciosos que se pode encontrar a face da terra... tenho a verdadeira amizade... não é aquela em que os "amigos" dão palmadinhas nas costas e dizem que vai correr tudo bem... não é... dizes sim, mas apenas nas alturas certas... tenho aquela amizade em que mando uma sms as 6 da manha e recebo um telefonema logo a seguir... tenho daquelas amizades que me gritam aos ouvidos que eu me deixo pisar.... tenho daquelas amizades que sei que nunca passarei frio no Inverno... mesmo que tenhas tu de passar... não sei como vou atravessar este dia de trabalho, a verdade é que estou tão cansada dos ultimos dias que nem consegui dormir... por agora ainda tenho concentração e não tenho sono... estou racional... desprovida de amoçoes o que é bom, ao menos não me toldam o pensamento... mas fica descansa, que eu vou dormir duas horitas ao quarto antes de me meter no carro para ir para casa... está tudo bem... hoje é terça feira, um dos piores dias da semana, quer dizer, costuma ser mesmo o pior... não sei bem porque... mas normalmente é o dia que há mais volume de trabalho... pode ser que assim ocupe a cabeça, se este estado de passividade entretanto me passar... se ele não for permanente... se ele não for... pode ser que não seja...mas sinceramente não sei se quero que ele passe... neste momento não sei se quero... ao menos estou calma, não sou assaltada por crises de ansiedade, nem com problemas de concentração... apenas não consegui dormir... apenas isso. Queria poder-te mostrar que faria o mesmo por ti, mas acho que tu sabes isso... ainda assim, foram mais as vezes que te acordei de madrugada do que tu a mim... Adoro-te mana do meu coração... apesar de ires embora, sei que nunca me deixarás sozinha e isso é uma benção para mim... bem, já são 7:40, vou tomar banho para ver se consido sair deste estado de torpor... mas tal como te disse ao telefone, até é uma boa tecnica para não chegar atrasada... não dormir... normalmente atraso-me por não acordar... foi uma piada seca, nem eu me estou a rir da minha propria piada...

Porquê?

Queria perceber o porque de haver pessoas tão más que só estão bem a fazer mal aos outros? E queria perceber o porquê de eu não ver isso nas pessoas, de não esperar isso das pessoas... as vezes sou tão ingénua que não vejo o que está a frente dos meus olhos...
Todas as minhas são em função daquilo em que acredito, e no fundo eu não acredito que as pessoas são más, ou têm más intenções... as vezes não entedemos as atitudes dos outros porque não fariamos assim, comigo acontece frequentemente... aprendi a ser um pouco tolerante e a deixar um espaço para que as pessoas sejam livres de ser quem são, e de ter as suas proprias atitudes, tentando não as julgar só porque não compreendo... ás vezes peco por ser tão crédula, por não ver maldade... sempre fui assim... e há quem consiga atingir-me pegando nisso mesmo, na minha falta de discernimento para perceber quando os outros só querem destruir o que tem sido construido com todo o esforço do mundo... Odeio ser assim! E odeio quem se aproveita disso para me tirar o que me resta! Custa-me acreditar que tanto luta, tanto esforço, tanto sofrimento, tenha sido em vão, tudo o que se foi construindo a custa de tudo o que tinha de mim, é levado assim pelo vento, por palavra que eu não vi serem maldosas... custa-me... custa-me a vida renascida em mim... e custa-me que as pessoas que me querem mal vençam, quando não merecem vencer... dói-me a alma que me abandona novamente, só que desta vez...não vai voltar!


Para todos os que agora gritam vitória.... hão-de pagar...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aqui

Sentada a olhar para uma foto de tempos idos, parece que foi há séculos, mas foi apenas há uma semana... olho a felicidade presente naquele sorriso sincero e não percebo... como é que pudeste pensar que ela seria tão efémera que só existiria naquele momento congelado numa fotografia? Como pudeste largar assim a esperança e desistir? Deixaste de acreditar em ti, não sei se alguma vez acreditaste. A vida danificou-te tanto que deixaste de sentir que merecias a tua própria confiança... Dói-me que desistas assim de ti, só porque não sabes o dia de amanhã... dói-me que me digas que não sabes lutar, quando na verdade, nem sequer tentaste! Dói-me que aceites a derrota antes da guerra começar... dói-me que estejas tão infeliz só porque não sabes se vais conseguir ser feliz... Eu acredto em ti... Eu acredito que o dia de amanhã será bem mais iluminado do que os dias que passaram... porque todos nós seremos compensados pela vida... a vida parece não ser justa... E na verdade, a médio prazo, não é!... Mas acabará por sê-lo a longo prazo...
Eu sei que o nevoeiro é denso agora, e que apenas vês as dificuldades... estás-te a esquecer de olhar a tua volta porque nem todas as saídas estão à frente dos nossos olhos, às vezes temos apenas de continuar a andar, com paciencia e preserverança, acreditando sempre que a saída existe... porque ele existe mesmo, só não está a vista... mas está lá... para ser encontrada na altura certa, na altura em que estivermos preparados, na altura em que a merecemos realmente...
Acreditas-te fraco, conbarde, sem valor... as palavras "não consigo" saem dos teus lábios como o refrão de uma música... Estás tão engando, estás tão cego em relação a ti mesmo que não percebes, não sabes... Quem me dera poder dar-te um pouco da minha fé em ti! Quem me dera poder mostrar-te a ti próprio através dos meus olhos... talvez assim soubesses... talvez assim te conhecesses...

sábado, 18 de julho de 2009

Nostalgia

Hoje fui ver uma peça de teatro... Não foi o facto de ver a peça que me tornou nostálgica...
Eu explico: Eu estudei na Golegã até ao 10º ano. Quando andava na primária, eramos apenas crianças da terra, só que existe uma aldeia, a Azinhaga, 0que faz parte da Freguesia da Golegã que não tem aquilo que naquela altura se chamava o "ciclo", então os miúdos de lá, quando passavam para o dito ciclo, vinham estudar para cá...
Cheguei lá, com a minha irmã, e dou de caras com uma rapariga que, com a inocencia de idades tenras, apelidei de amiga... Era uma rapariga que, de uma forma ou de outra, contribuiu para o que sou hoje... Lembro-me de na altura gozarem comigo, sempre fui pequena e demorei a desenvolver do corpo de criança para o corpo de mulher... Hoje olho para ela, e tenho pena de ter alguma vez desejado ser como ela... Primeiro porque vi reconhecimento no seu olhar, logo seguido de um virar a cara de quem finge descaradamente que não me conhece... Será que custa dizer olá? Um simples aceno de cabeça? Vejo-a com um filho nos braços, com o 9º ano de escolaridade, conformada com a vida que escolheram para ela, porque não poderia ser mais, e pergunto-me: será possivel ela ter sido invadida pelos mesmos pensamentos que eu? Que se esteja a lembrar de como, depois de uma aula de educação física, reparou na minha vergonha ao despir-me, e por se achar tão agradável à vista, se sentiu no direito de me humilhar porque eu era lisa como uma tábua, aos 13 anos? Porque na altura se achava sábia e dona do mundo, porque a beleza abre muitas portas, infelizmente é realmente assim que o nosso mundo funciona. A unica coisa que posso pensar é que por estar com mais cerca de 30 kgs do que tinha na altura, se tenha lembrado dessa mesma situação e tenha tido vergonha, e tenha percebido como me senti, tão, mas tão inferior... Entristece-me que as pessoas sejam tão mediocres, e que se rejam por princípios tão superficiais, tão desprovidos de conteúdo...
A verdade é que não fui ali para me vingar, nem me sinto bem por fazer as pessoas sentirem o mesmo que me fizeram sentir a mim, mas a vida acaba realmente por ser justa mais cedo ou mais tarde, e cada um paga pelo mal que faz aos outros.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Tupida

Olá, estou a escrever outra vez para ti, minha parva! Deixaste-me sem televisão. grrrr. Mas olhando ao que deixaste nos comentários e respodendo-te... eu realmente não estava minimamente preocupada com o que me esperava na recruta, estava expectante, preocupada não... chateou-te da mesma maneira que chateou as minhas camaradas de recruta, o espírito com que fui para ali... eu estive dois anos a morar a 5 kms de ti e nunca te conheci enquanto lá estive, esses dois anos foram complicados para mim. Fui para lá com 19 anos, morar sozinha, não conhecia ninguém, estava a dar formação numa escola pública mas continuava sozinha, os outros eram professores a sério, mas eu... eu estava a dar a cara por uma empresa que não valia nada, que fazia publicidade enganosa, e que enganou muita gente. Os cursos eram pagos, evidentemente, e não eram baratos, muitas pessoas ficarama arder, dos clientes e dos empregados. A mim ficaram-me a dever perto de 500 contos em ordenados e subsidio de férias. Mas tudo isto para quê? Apenas para te explicar porque é que estava tão descontraída. Quando fui para a recruta, não fui sozinha, havia mais gente, eu não estava sozinha, estavamos todos para o mesmo, podiamos apoiar-nos mutuamente, ou podia eu apoiar toda a gente, como vim mais tarde a descobrir por mim própria. O meu problema não está em adaptar-me, adapto-me muito bem a novas situações, apenas tenho um senão, não me consigo adaptar a solidão... Mas ali estava eu, frequinha para entrar para a recruta. Tinha uma certe noção do que me esperava, saber... saber só sabemos depois de passar pelas coisas... é claro que não estava a espera de andar logo desde o segundo dia de recruta a descer escadas de costas de tantas dores que tinha nas pernas, até porque no primeiro dia nem houve exercício físico nem nada, apenas estivemos duas horas formados ao pé da messe, porque iamos fazer xixi para o copo no andar de cima... mas foram duas horas que me deram logo cabo dos joelhos...
O espírito com que para lá entrei, foi o espírito que mantive até ao fim... a maneira mais facil de ultrapassar momentos dificeis na nossa vida é levar as coisas com leveza... Foi precisamente isso que fiz, tentei fazer tudo o que me mandavam, só não fiz o que não consegui, mas ninguém me ouvia queixar... engraçado, lembro-me como se fosse hoje... houve uma rapariga do meu pelotão, ele era SS, foi-se logo embora a seguir a recruta, para o Lumiar, nao me lembro bem, mas penso que o nome dela era Ferreira. Ela chegou só no dia a seguir ao primeiro dia de recruta, e à hora de almoço, já estava a chorar... lembro-me tão bem dos olhos dela, vermelhos, e de olhar para mim e perguntar: "voçes gostam disto?", ela era filha de um ajudante, pensei que deveria ter uma noção do que era a tropa... mas não tinha, e estava desesperada. Ela era uma das duas que ao Domingo a noite já estava agarrada ao telemóvel a chorar que se queria ir embora, acho que eu na altura era um pouco inconsciente, mas não podia evitar entrar na camarata a rir. Falei nela por uma coisa. Ela não gostava muito de mim, apesar de eu andar sempre a puxar por elas, por ela e pela Piteira, lembras-te? Mas a Piteira era diferente, essa idolatrava-me, tentava-me imitar, mas ela não gostava de mim por eu me rir delas... só que ria-me delas, e ria-me de manhã quando ia tudo a sair do alojamento para ir para a primeira formatura, e ia tudo coxo a minha frente, até as cadetes e tudo, dizia-lhes: "saiam da frente suas coxas!!!", grande moral, eu que estava tão coxa quanto elas... mas essa rapariga chegou ao pé de mim no final do juramento de bandeira e disse-me: "eu admiro-te! Porque eu não acredito que tu não tenhas as dores que nós temos, que não tenhas bolhas nos pés como nós, nem que não te custe tanto, ou se calhar até mais do que a nós, e não te oiço queixar, não vejo uma lágrima, e andas-te sempre a rir!" Isto foi uma coisa que me ficou marcada, mas que acho que reflecte o espírito com que enfrentei a recruta. Foi o mesmo desde o início até ao fim. Só me fui abixo quando fiquei lá de fim de semana de castigo por ter fumado na prova de OTOP porque de resto andei sempre bem disposta. Andava era sempre a encher por não me vergarem, mas pronto, isso é outra história.

Isto tudo para te explicar a minha descontracção...

Agora, falando em memórias, a minha memória trai-me de vez em quando... invadem-me memórias todas ao mesmo tempo, mas quando tento isolar uma para falar dela, desaparecem todas. Ainda há pouco me estava a tentar lembrar de uma coisa que me contaste um dia aqui no quarto, sobre uma resposta que um ex teu te tinha dado na altura, e que eu me ri como uma perdida, aliás, duas horas depois, cada vez que me lembrava desatava a rir sozinha, mas não me consigo lembrar do que foi. E tu também não, de certeza... Mas lembro-me por exemplo, de como me fartei de rir de ti, quando foste tirar o aparelho dos dentes, e tiveste que cortar o freio da gengiva, estavas tão cómica a falar... bora jogar ing-ong?
Tenho saudades das nossas horas de almoço, até de estar a tua espera eu tenho saudades... ou de ficar com o rabinho na cadeira enquanto tu vais buscar salada para as duas. Aliás, não quero saber, enquanto eu cá estiver vens cá almoçar comigo, porque estou um bocado cansada de estar constantemente a dizer sim aos maçaricos, uma pessoa nem come descansada... vá lá que agora as mesas estão dispostas de forma a serem menos pessoas por mesa porque estar a correr uma mesa co 500000000 pessoas a ver se sou eu a mais antiga, vai lá vai!

Tenho saudades dos nossos jogos de matrecos a solo uma com a outra, riamos-nos tanto! Tu principalmente com o meu mau perder...
Tenho saudades... tenho saudades tuas minha tupida... fazes-me tanta falta... fazes-me falta nos maus momentos, mas fazes principalmente falta nos bons que não são tão bons por não estares aqui...
Estava-me aqui a lembrar das nossas primeiras idas ao clube para não parecermos bichos. Lembro-me particularmente daquele em que ainda cá estava um cabo velhinho da policia, o Abreu, lembras-te? E de irmos as três, eu, tu e a Gonçalves... e o homem não nos queria deixar ir embora, aliás, tivemos de disfarçadamente beber a cerveja, já quente, da Gonçalves porque ela não estava habituada a beber. E depois quando ele disse que duas podiam ir embora mas que uma tinha de ficar. Lembro-me tão bem! A Gonçalves desgraçava-se se ficasse, a mulher não tinha ponta por onde se lhe pegasse. Decidi ficar eu, tu sentiste-te tão mal por me deixares lá sozinha... também não fiquei muito mais tempo porque entretanto o homem já estava tão bebedo que se esqueceu de mim, só que eu tinha um problema, o meu sentido de orientação. E como é que eu ia do clube para o alojamento? Estava lá o Nogueira que acabou por me ir levar, foi a minha sorte, apesar de ter de levar com as teorias dele. Na altura não achamos muita piada a situação, mas depois já nos rimos disso... nunca mais na minha vida beberei cerveja quente!

E quando começaste a nadar? Tu dirias que era preciso muita paciencia, e que tive muita paciencia contigo, por causa da tua fobia, mas mana, não foi preciso paciencia nenhuma, era uma coisa que eu queria, que tu perdesses o medo da água. Mas confesso que foi muito engraçado, quando desceste daquele escorrega para uma piscina com água pela cintura e quando chegaste cá em baixo entraste em panico por causa de te ter entrado água para o nariz. Bem! Tu escorregavas naquilo de uma maneira.... para meu azar, que tinha de me arrastar para sair do escorrega e tu nem esperaste para me ver sair mandaste-te logo. Eu realmente precisava de um empurrãozinho. E as primeiras braçadas que deste? Cada braçada que davas afundavas-te um bocadinho, terceira braçada já estavas completamente submersa... era tão engraçado! Ou aquela vez em que estavas solta na piscina já com água pelo peito e eu reparei que não estavas agarrada a nada, e quando fiz o comentário, entraste em panico porque não te tinhas apercebido. Adorei os nossos verões, tanto nas piscinas, como na praia, a apanhar ondas, lembras-te? e mesmo no aquashow... a malta pode ter fome, bora levar dois quilos de maçãs...

Fogo, tenho tantas saudades de tudo, até das nossas zangas... e depois quando nos voltavamos a entender de ti a dizeres-me como eu era uma besta a dizer as coisas...

Adorei quando me ligaste a dizer que tinhas passado nos testes físicos, tanto no ano passado como neste... embora tenha ficado um bocadinho melindrada por este ano não me teres dito que ias fazer... pronto, no ano passado três das tentativas fizemos juntas, só que eu passei a terceira e tu não... senti-me mal na altura, e até te falei nisso, por te ter deixado para trás, tu estavas a abrandar o ritmo e eu tive de seguir para a frente... depois acabaste mesmo por desistir e a Gerónimo fez a ultima volta comigo...

Tenho saudades, de apesar de termos saido poucas vezes juntas, tenho saudades de sair contigo... Aquela vez que saimos quando eu estava naquele estado de entorpecencia com a vida, e tu saiste só por causa de mim, porque estavas cansada... e foste, e ainda tiveste de me aturar com os copos, ainda por cima torci o pé... aliás, assim que o torci nem me mexi mais, vi logo o que tinha ali, já conheço tão bem o som dos fiozinhos dos musculos a partir, quer dizer, não é o som, é o sentir, mas é como se fosse um som. A Martins é que foi logo ter comigo porque vinha atrás de mim... e estava a chover tanto, tiveste de ir a chuva a correr buscar o carro para eu não ter de andar naquele estado. Paráste na Galp para comprar gelo, mas só vendiam aos sacos de um kilo, nem te dei tempo de tirar uns cubos para pôr no tornozelo, peguei mesmo no saco... aturaste-me tanto nessa altura, eu estava tão parva... até metia dó! E tu não sabias o que me havias de fazer porque eu estava a desistir... estava tão perdida, tão sem esperança de me encontrar, parecia naquela altura que tudo me tinha corrido ao contrário, e eu não só tinha perdido todo e qualquer objectivo como nem sequer tinha já vontade de sonhar, mas tu estavas lá...
Não houve queda que eu tivesse dado desde que apareceste na minha vida, que não tenha sido amparada por ti, e que tu não tenhas sentido também... cada uma de nós não consegue conter as lágrimas quando vê chorar a outra... e apesar de ir chorar menos agora, porque não te vejo a dor quando ela aparece, dói-me na alma por saber que mais ninguém vai ter capacidade de chorar contigo... quando tu precisares...

Também te adoro mana do coração, e uma coisa te garanto, se tu não tivesses existido na minha vida, eu hoje não estaria aqui. Foste tu que não me deixaste desistir...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O meu farol

De mãos dadas como tu mesma me disseste... estiveste comigo desde temps distantes... de mãos dadas com a promessa que estarás comigo nas minhas subidas e nas minhas quedas, e eu sei que sim... só não vais estar tão próxima. Foram anos a contruír uma amizade que ninguém entende... Estou preocupada contigo, sei que também não estás bem, e invade-me o desespero de não estar aí para te dar o meu ombro, ou mesmo o abanão que estás a precisar para reagires. Parte-me o coração sentir as lagrimas na tua voz que fala quase em murmúrio ao telefone, a tentar convencer-me que está tudo bem. Mas depois, lá chega a mensagem ao meu telemóvel, carregada de angústia e de tristeza. Sabes que dói-me a tua dor, partilho as tuas lágrimas, ainda que à distância da mesma forma que partilhaste as minhas... Dói-me teres ido embora, dói-me saber que fiquei cá sozinha, já não tenho para onde correr quando o meu mundo desaba, e ele desaba tantas vezes, mas dói-me mais agora, saber que a tua dor te consome e nem sabes de onde ela vem... espero que tenhas noção que não vou parar de te chatear se desconfiar que não te estás a tratar. Vou ter tantas saudades das nossas horas de almoço, de rirmos como loucas por coisas sem jeito... das tuas reacções tão cómicas, apenas por serem tão espontâneas... vou ter tantas saudades de te ouvir dizer que caiste aqui ou ali, porque até te conhecer eu era a pessoa mais desastrada que conhecia, mas a tua existencia mudou-me completamente a perspecva de desastre. Estou meio perdida agora, não sei o que o futuro me reserva, e acho que até aqui me tinha esquecido que não ias cá estar. Eu sei que ainda vens uma ou duas semanas para assinar desquite, mas vão passar a correr. Tenho-me sentido tão deslocada à hora de almoço, e depois há qualquer coisa que falta no meu dia a dia... acho que já sei o que é... a meia hora que levo a ligar para o 172 ou para o 177 em que do outro lado me respondem, ela deve estar la em baixo, depois ligo para o 169 e quem me atende responde-me, ela está la em cima, ainda tento o 161, o problema é que volto a falar com a mesma pessoa que me disse que estavas lá em baixo porque puxou a chamada... depois finalmente disisto, e ligo-te para o telemóvel... nunca decorei o numero dos equipamentos de voo, não sei porquê! Não sei quanto tempo vou levar ainda a escrever para ti no blog, acho que foi um choque maior do que eu própria pensava... não sei, eu sou estranha... somos as duas não é? Por isso é que nos damos tão bem...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Para ti, Ana!

Estou a escrever isto atacada por um choro convulsivo que ainda nao consegui parar, o ollhos vêm turvo por entre as lágrimas, é como se o coração se quisesse manifestar mais do que o que pode. Os 4 abraços que me deste quando te despediste nao chegaram para me fazer passar a tristeza e a dor que sinto ao ver-te partir. Não que não esteja feliz por ti por teres finalmente recebido alguns louros do teu muito esforço, mas já não estas aqui. Deixas um quarto vazio da tua presença, quase tão vazio como o meu mundo sem ti aqui. Eu sei que a amizade não acaba por te ires embora, mas não é a mesma coisa, nestas ultimas horas que passei contigo la no quarto, e enquanto discutias com o Diogo ao telemóvel, estes anos foram-me passando todos pela cabeça, anos esses que não irão voltar mais... não vão haver mais cigarros nas escadas de emergência, conversas as 3 da manhã só porque sim, ou porque uma de nós não estava bem, ou até mesmo as duas. Já não vou ficar com vontade de te matar de cada vez que me deixas um quarto de hora a espera à frente da messe com um frio de rachar, não vou mais estar constantemente a receber telefonemas desesperados teus a perguntar como é que se fazem as folhas de curso, ou para quem é que tens de mandar a NSI para isto ou para aquilo, ou para me pedires que te mande uma participação de equipamentos de voo porque a Romão foi-se embora e apagou tudo. Não me vais mais telefonar furiosa porque não sabes fazer a ORDOPS e não vais ficar mais furiosa ainda quando eu te digo que a ORDOPS não pode ser só uma página e que tem de ter um espaço no canto superior direito para pôr o número, ao qual tu me gritas "NÃO ESTÁ CÁ NADA"... Não vais mais chegar atrasada para o almoço porque te espetaste das escadas das Operações abaixo e me apareces toda suja porque era inverno, estava a chover e estava tudo molhado e cheio de lama. Não vais mais ligar-me assim que chego à esquadra a pedir para eu ir ter contigo porque precisas de colinho, e não me vai mais doer ter de te dizer para esperares só um bocadinho porque ainda tenho de ir ao briefing, que curiosamente neste dia, e só por ser neste dia, se atrasaou e se prolonga porque há uma aluno qualquer que foi apresentar um briefing sobre segurança de voo. Não vão mais acontecer este tipo de coisas que aconteciam quando estavas cá! É duro quando a realidade nos cai em cima como um relampago e nos apercebemos, finalmente, que aquilo que já sabiamos que ia acontecer, está mesmo a acontecer!

Lembro-me de quando te conheci, em Vila Franca na estação dos comboios, tu já estavas em curso e eu ia entrar para a recruta no dia a seguir. Lembro-me de andares lá, tu e o pessoal do teu curso, no meio do pessoal da recruta a avisar, dissimuladamente porque voçês não podiam falar connosco, que nós iamos ter uma daquelas noites que todo o recruta receia... as famosas caminhadas nocturnas pelo meio do mato, com a famosa mochila, a G3, o capacete (que na altura era de ferro, e não de plástico, como são agora) e o cantil preso no cinturão (que tinha de ir ou cheio ou vazio porque se não fazia barulho)... Lembro-me de imediatamente a seguir a saber a minha colocação que te mandei uma sms a dizer que ia para o pé de ti e que me apresentava em Beja na segunda-feira... Lembro-me... Lembro-me de tanta coisa porque há muito para lembrar! Das nossa zangas que passavam em 5 minutos.

Nós somos... sempre alvo de muita inveja porque as pessoas não podem compreender como é que duas pessoas confiam de olhos fechados tanto uma na outra! Tanto veneno que tentaram meter, tantas pessoas que tentaram tirar o meu lugar porque não percebem que a amizade que nos une é um laço mais forte do que um laço de sangue precisamente por isso, a amizade não se deve, dá-se! A amizade não se exige, pura e simplesmente acontece...

Lembras-te das nossas aventuras nocturnas? Daquela história que ainda hoje vive no meu antigo quarto? Daquela noite que tive de ir dormir contigo porque até eu entrei em pânico, a Vanda é que não gostou muito dessa história. Lembras-te das noites em que eu estava de serviço e tu me perguntavas se eu não me importava que tu estivesses a estudar? E depois nunca estudavas, punhas-te na conversa comigo... E daquele riso quase infantil, convulsivo com que facilmente desanuviavamos dos nossos problemas porque uma de nós se lembrava e fazia uma piada com o próprio problema...

Olho para trás e vejo, e sei, que me teria perdido se não tivesses estado lá há dois anos, se não tivesses sido o meu amparo, a minha tábua de salvação... Eu estava tão perdida, tão confusa, tão a entrar num estado de depressão, e lembras-te das tuas palavras? "Chega! Tu não te podes deixar cair nesse estado de depressão, não podes deixar de reagir, assim vais-te perder! Tu és forte, tens de contrariar esses sintomas, se não tens vontade de sair, sai, mas faz qualquer coisa porque não podes ficar assim", eu via raiva nos teus olhos, não de mim, mas do que se estava a apoderar de mim e da impotencia para me ajudar que estavas a começar a sentir...
E depois a tua mania irritante de me aconselhares com as minhas próprias palavras...

Tu para mim és a menina que não teve oportunidade de ser criança, és a mulher de armas que por mais que a vida tente derrubar, não baixa os braços...

Agora já acalmei, com as escrita, as lágrimas cessaram mas o coração continua a sangrar... Metade da minha força residia no facto de te saber perto. Eu podia entrar no quarto as 3 da manhã lavada em lágrimas que tu não me repelias.

E o dia em que fiz os 27 anos? Fui à tua esquadra e tu foste-me buscar um croissant com duas velinhas, foi o meu unico bolo de anos, sabias? Eu quis guardar as velas e pu-las na porta do carro, só que como sou tão distraída como tu, esqueci-me lá delas e derreteram... ainda lá estão que eu não sei como é que vou tirar aquilo, volta e meia fico com um pedaço de cera enfiado nas unhas quando fecho a porta do carro...
Eu poderia passar aqui o resto da noite a descrever todas as memórias que me invadem, mas tu conhece-las todas. De todas as vezes que chorámos a dor uma da outra, porque eu não consigo sentir-te triste e ficar indiferente e tu também não. Ou do amanhecer... que mau feitio ao acordar!!! tanto uma como a outra. Nenhuma das duas abre a boca para dizer nada quando acorda, só depois de vir da casa de banho, o engraçado é que isto nunca foi combinado e sempre foi assim...

Miuda, tenho tantas saudades tuas... custa-me tanto ver-te partir. Eu sei que é egoista, mas já me estou a sentir tão sozinha...

Sabes que te desejo toda a sorte do mundo e que estou muito feliz porque pelo menos uma de nós conseguiu alguma coisa. Sei que nunca vou perder a tua amizade, mas já nada vai ser igual.

Boa Sorte!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Hang on tide, the sun will rise

Life tends to difficult everything for us... it gets us on our knees, it tries to take our faith and beliefs, but we stand still! At the beginning all the shadows around us begun winning, at the beginning everything was harder, we were too apart yet, at least not close enough... as time goes by we grow stronger, and we will win this fight... this little unfortunate things that keep happening only gives us strength to keep on believing that we'll get somewhere... I'm here, I'm not going anywhere... I don't care how the world sees us... they'll never understand...