terça-feira, 22 de setembro de 2009

Para ti



A chuva cai em teu olhar, como se apenas em ti pudesse chover... palavras gastas... também é apenas o que tenho para te dar e quem me dera ter mais... quem me dera poder pegar-te na mão e levar-te aquele sitio da tua alma em que possas finalmente dormir... quem me dera ser um anjo para ti, para poder tocar-te e com meu toque arrancar de ti toda a dor que reside em teu coração... admiro-te irmã... ninguém que eu conheça aguenta tanto de uma vez como tu... poderás dizer-me que te sentes fraca e que não aguentas, mas o que eu vejo é uma mulher que pensa que caiu mas que se mantém de pé e a lutar contra a vaga de catástrofes naturais com que foi assolada de uma vez só... quem me dera... poder pegar-te na mão e trepar contigo esta montanha íngreme... quem me dera que o facto de eu sentir dor pela tua dor te aliviasse o fardo que carregas ao ombros... o peso do mundo... Queria poder curar o teu pai, estalar os dedos e fazer com que o tempo passasse para que pudesses curar as tuas feridas do coração e para te arrancar a esse suplício para onde as tuas escolhas profissionais te lançaram... queria poder ser para ti o que foste e és para mim, queria não ter estado de serviço no sábado... teria ido ter contigo sem pensar duas vezes... (nao garanto que ainda tivesse chegado no sábado... já conheces o meu sentido de orientação) mas teria feito tudo para aliviar essa tua cruz, nem que fosse apenas por momentos...
Olho para trás... tempos idos que não voltam.. Lembras-te deste dia?
Os teus 23 anos... há quanto tempo? Não me lembro se és mais nova que eu um ou dois anos, portanto, ou foi há 2 ou 3 anos... parece que foi noutra vida... recordo com saudade de dias como este e enchem-se meus olhos de lágrimas quando me apercebo que foram dias que não voltam mais e que as nossas vidas seguiram caminhos separados... dói-me porque sei que não poderás ligar-me para ir ter contigo só para chorares no meu ombro... da mesma forma que também eu não o poderei fazer... dói-me que neste momento não o possas fazer porque sei que onde estás, ninguém te compreende como eu te compreendo. Queria... queria poder pegar-te na mão, agora que estás meio cega, meio perdida, e guiar-te através dessa escuridão que te rodeia... guiar-te até te trazer um pouco de luz, um pouco de paz... até poderes acreditar...
Adoro-te mana! Nunca estarás sozinha... de mãos dadas...

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