segunda-feira, 23 de março de 2009

Sonho











Olhei no teu olhar turvo

Morte que te aproximas distante

Segui teus passos negros

E fugi na noite

Ao longe aviste o luar

De mil cores pintado

Libertando o aroma do vazio

Misturando-se num negro doentio

De solidão...

Lágrimas libertaram-se dos meus olhos

Num flamejar de esperança

Desfeita pela desilusão

Cantei!

Cantei e ao cantar descobri

Senti

Senti-te envolveres-me

Tocar em meu rosto

Minha face apagada

Pegares-me na mão

Como se de porcelana se tratasse

Vi em teus olhos a certeza

Vi em teus olhos a dúvida

A alegria, a tristeza

A vida, a morte, a súplica!!

Que te gritei

Morte que caminhas lenta

Com um corpo de rocha feito

Senti teu cheiro pestilento

Tuas mão viscosas de carne viva

Passares as mão pelo meu corpo nú

Penetrares no meu olhar

O teu olhar mortífero

Prenderes-me com correntes de fogo

Queimando-me a pele

Branca e leve

Querendo fazer-me

Beber do teu sangue

Veneno que queima

Corrosivo para a vida

Gritei!...

...Acordei.

1999

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