Olhei no teu olhar turvo
Morte que te aproximas distante
Segui teus passos negros
E fugi na noite
Ao longe aviste o luar
De mil cores pintado
Libertando o aroma do vazio
Misturando-se num negro doentio
De solidão...
Lágrimas libertaram-se dos meus olhos
Num flamejar de esperança
Desfeita pela desilusão
Cantei!
Cantei e ao cantar descobri
Senti
Senti-te envolveres-me
Tocar em meu rosto
Minha face apagada
Pegares-me na mão
Como se de porcelana se tratasse
Vi em teus olhos a certeza
Vi em teus olhos a dúvida
A alegria, a tristeza
A vida, a morte, a súplica!!
Que te gritei
Morte que caminhas lenta
Com um corpo de rocha feito
Senti teu cheiro pestilento
Tuas mão viscosas de carne viva
Passares as mão pelo meu corpo nú
Penetrares no meu olhar
O teu olhar mortífero
Prenderes-me com correntes de fogo
Queimando-me a pele
Branca e leve
Querendo fazer-me
Beber do teu sangue
Veneno que queima
Corrosivo para a vida
Gritei!...
...Acordei.
1999
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